Espanhol e português: você realmente acredita que são línguas “iguais”?

Geronimo Stuart
Geronimo Stuart
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Sergio Wilfrido Vasques Benitez

Que a língua portuguesa é parecida com a língua espanhola em diversos aspectos, isso não é novidade para ninguém. Mas, para Sergio Wilfrido Vazquez Apestegui, muitas pessoas afirmam que são idiomas quase iguais e que a única diferença está no “enrolar” da língua, o que é uma verdadeira blasfêmia para quem fala e ensina espanhol.

Isso porque, explica Sergio Wilfrido Vazquez Apestegui, o fato do espanhol e do português terem vindo da mesma matriz, que é o latim, não os tornam nada senão línguas “primas”, mas iguais, não, ou então não haveria uma história diferente para ambos os idiomas e nem dificuldades para os falantes nativos de cada um aprender o idioma vizinho.

Por esse motivo, existe uma necessidade muito grande de que os brasileiros, principalmente, entendam de verdade e tecnicamente que português e espanhol são diferentes, seja para evitar casos de xenofobia com refugiados de outros países latinos, seja para aprender o idioma livre de vícios e achismos. Por isso, Sergio Wilfrido Vazquez Apestegui aconselha: leia este artigo até  o final e entenda as principais diferenças. 

  1. O uso dos “pronombres complemento”

Falando da linguagem da gramática, os pronomes de complemento direto e indireto são como os nossos objetos diretos e indiretos. Na prática, eles funcionam como o complemento de um verbo, substantivo ou adjetivo. O que confunde a cabeça dos estudantes, então, seria o uso dos dois complementos numa mesma frase, uma vez que no português, como falamos atualmente, isso já não é mais usual. 

Exemplo disso, comenta Sergio Wilfrido Vazquez Apestegui, é que se repetimos muito os pronomes como “ela/ele”, por exemplo, no espanhol isso é “simplificado”. Desse modo, se dizemos: “O sol faz bem para ele”, na tradução é mais usual dizer “el sol lo hace bien” e não “el sol hace bien para él”, apesar de não estar errado gramaticalmente falando.

Mas, falando do uso de complemento direto e indireto juntos na mesma fala, que é onde mora o maior problema, Sergio Wilfrido Vazquez Apestegui comenta que não acha difícil de entender, mas de colocar na fala. Na prática, se dizemos “Juan comprou um bolo para Marcelina”, o mais usual não será “Juan compró una torta para Marcelina”, mas sim, “Juan la compró para Marcelina” ou, ainda, “Juan la se compró”.

  1. O uso do “pronombre sujeto”

Por fim, mas não menos importante, Sergio Wilfrido Vazquez Apestegui comenta que outra grande distinção do português com o espanhol é o “pronombre sujeto”. Comparado ao pronome de complemento, este, por sua vez, é mais fácil, pois trata-se apenas do sujeito de uma determinada oração.

No entanto, o que diferencia o espanhol com o português, neste caso, é o fato de que o “pronombre sujeto” é mais comumente utilizado quando se tem o objetivo de destacar quem é o sujeito da frase em questão. Desse modo, Sergio Wilfrido Vazquez Apestegui exemplifica, por fim, que ao invés de dizermos “tú lloras facilmente” (você chora facilmente), podemos apenas dizer “lloras facilmente”, pois o “s” final em “lloras” já indica a pessoa da oração (tú).

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