Mineração impulsiona economia brasileira com saldo expressivo no comércio exterior

Oleg Volkov
Oleg Volkov
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O setor da mineração continua a desempenhar papel central na balança comercial brasileira, com um saldo expressivo registrado no primeiro trimestre de 2025. A diferença entre exportações e importações da atividade atingiu US$ 7,6 bilhões, representando impressionantes 77% do superávit de toda a balança comercial do país nesse período. Mesmo diante de um cenário de preços internacionais em queda, especialmente do minério de ferro, o desempenho da indústria mineral reforça sua importância estratégica para a economia nacional, tanto no campo financeiro quanto social.

Mesmo com uma retração de 13% nas exportações em dólar em relação ao mesmo período do ano passado, o setor conseguiu registrar um crescimento de 8,6% no faturamento. O valor total arrecadado chegou a R$ 73,8 bilhões, evidenciando a resiliência da atividade diante das oscilações do mercado internacional. O minério de ferro, apesar da queda nos preços, ainda responde pela maior parte do faturamento, consolidando-se como o principal produto de exportação do segmento.

A força da mineração no comércio exterior também se reflete na geração de empregos e arrecadação de tributos. Até março de 2025, a atividade mantinha 223 mil empregos diretos, com mais de duas mil novas vagas criadas no período. Esse desempenho é acompanhado por uma arrecadação tributária significativa, que totalizou R$ 25,5 bilhões no primeiro trimestre. Esses números demonstram que o setor não apenas movimenta a economia em termos de exportações, mas também tem impacto direto na renda e na empregabilidade em diversas regiões do Brasil.

A demanda crescente por minérios críticos e estratégicos no cenário global fortalece ainda mais o papel do Brasil como um dos protagonistas nesse mercado. Com a transição energética e a busca por soluções tecnológicas sustentáveis, substâncias minerais brasileiras ganham destaque na cadeia produtiva internacional. Essa conjuntura contribui para consolidar o país como fornecedor relevante em setores como energia limpa, mobilidade elétrica e indústria de alta tecnologia, gerando oportunidades de expansão para a mineração nacional.

As tensões comerciais entre grandes potências, como China e Estados Unidos, não afetaram diretamente o desempenho da mineração brasileira até o momento. Contudo, o setor mantém atenção às possíveis repercussões da desaceleração do comércio global. A redução da dinâmica econômica internacional pode influenciar, ainda que indiretamente, a demanda por produtos minerais, o que reforça a importância de políticas estratégicas e acordos comerciais sólidos para garantir a estabilidade do setor no médio e longo prazo.

Com projeções otimistas para os próximos anos, a indústria mineral brasileira estima investimentos da ordem de US$ 68,4 bilhões até 2029. Os recursos serão majoritariamente destinados a projetos de minério de ferro, iniciativas socioambientais e melhorias logísticas. Esse montante evidencia o compromisso do setor com inovação, sustentabilidade e eficiência operacional, elementos fundamentais para manter a competitividade no cenário internacional.

Estados como Minas Gerais, Pará e Bahia estão entre os principais destinos dos investimentos previstos, com participação destacada nos novos projetos. A escolha dessas regiões reflete tanto a abundância dos recursos minerais quanto a infraestrutura existente para viabilizar grandes operações. Esse direcionamento também contribui para o desenvolvimento regional, ampliando o impacto positivo da mineração em diversas áreas do país, especialmente na geração de emprego e renda.

O bom desempenho do setor no início de 2025 sinaliza um ano promissor para a atividade mineral no Brasil. A combinação de saldo positivo no comércio exterior, geração de empregos, crescimento de arrecadação e perspectiva de investimentos robustos posiciona a mineração como uma das engrenagens mais relevantes da economia brasileira. Manter essa trajetória exige atenção aos movimentos do mercado global, mas também políticas públicas que incentivem a inovação, garantam a sustentabilidade e fortaleçam a competitividade do país no cenário internacional.

Autor : Oleg Volkov

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